30/04/2018 1832
Daniele Becker Teixeira/Jornal O Mensageiro
Apesar do preço dos insumos ter aumentado, a relação de troca com grãos é a melhor dos últimos quatro anos. A informação foi apresentada pelo sócio e diretor da Agroconsult, André Pessôa, em evento técnico do Rally da Safra 2018 na noite de quinta-feira, 26/4, no Parque da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. O debate reuniu produtores e profissionais ligados ao agronegócio, de vários pontos da região de atuação da cooperativa.
Pessôa fez um balanço dos números levantados pela equipe do Rally da Safra e também traçou um cenário para o mercado de soja e milho para os próximos meses. Informou que o bom preço atual da soja deve-se a quebra da safra argentina, a guerra comercial entre Estados Unidos e China e, principalmente, ao aumento da taxa de câmbio brasileira. “É um momento de boa rentabilidade para o produtor brasileiro, que deve aproveitar para vender parte da produção e até comprar os insumos, que podem ter preço maior daqui para frente, especialmente os fertilizantes”, orientou.
O consultor não descartou a possibilidade de aumento no preço atual da soja, recomendando que o produtor fique atento ao mercado, principalmente à taxa de câmbio, para aproveitar os momentos de alta. “O cenário político brasileiro está muito instável e até se definir a eleição presidencial deve influenciar o mercado, mas lembrando que é importante o produtor traçar estratégia de fazer uma boa média de venda, porque conseguir o melhor preço sempre é impossível”, ponderou.
Ele também pontuou que a expectativa é de bons preços para o milho no Brasil, em função do estoque mais baixo, da tendência de menor produtividade na safrinha e da exportação favorável. “Nossa estimativa é de preço do milho próximo a US$ 4 o bushel e da soja em US$ 10 o bushel no mercado internacional na próxima safra”, disse.
Sobre a safra de soja, a Agroconsult, organizadora da expedição, estima que deve chegar a 118,9 milhões de toneladas – contra 114,6 milhões de toneladas na safra passada – com produtividade média de 56,5 sacas por hectare (56,3 sacas por hectare em 2016/17). A área plantada cresceu para 35,1 milhões de hectares (ante 33,9 milhões de hectares em 2016/17), conforme as estimativas do Rally da Safra 2018. “Apesar das dificuldades climáticas em muitas regiões, houve crescimento significativo, graças às tecnologias que o produtor vêm adotando”, afirmou André Pessôa.
O Rally
O Rally da Safra é o maior levantamento da safra de grãos do país. Nesta 15ª edição do Rally, 12 equipes estarão em campo, das quais nove avaliaram as lavouras de soja até o mês de março e as demais iniciam os trabalhos nas lavouras de safrinha em maio. O levantamento acontecerá em 500 municípios nos 13 principais estados produtores que correspondem a 95% da área de soja e 72% da área de milho: Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins. Serão percorridos aproximadamente 100 mil quilômetros.
O evento de apresentação dos números do Rally em Não-Me-Toque foi o sétimo e último deste ano. O presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, agradeceu a oportunidade de a cooperativa sediar o encontro. “São 15 edições de Rally da Safra e em todas recebemos este evento de avaliação que muito contribui para o entendimento de como foi a safra em todo o país e nos dá um cenário para a próxima safra, tanto em termos de produção quanto de mercado, o que facilita a tomada de decisão pelo produtor”, afirmou.
O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição podem ser acompanhados pelo site www.rallydasafra.com.br, com informações atualizadas diariamente no www.twitter.com/RallydaSafra e www.facebook.com.br/RallydaSafra.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Cotrijal
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